terça-feira, 7 de julho de 2015

Aplicativos ilegais são tubarões que enriquecem subtraindo a renda gerada pelos serviços legalizados de transporte de passageiros

Por Edmilson Americano, presidente da Abracomtaxi
Edmilson Americano reunido com Rodrigo Janot
Os serviços pagos de transporte de passageiros rendem ao Uber, aplicativo ilegal que vincula passageiros com carros particulares, sem alvará de táxi, 4 bilhões de dólares, apenas nos Estados Unidos. E se aproximam rapidamente de 50 bilhões somando EUA com o resto do mundo, inclusive o que o Uber lucra no Brasil.
De onde é que o Uber arranca tanto valor de mercado? Pirateando o serviço legalizado e tradicionalmente prestado pelos taxistas profissionais, nos seus respectivos países e cidades. Ou seja, são tubarões que enriquecem subtraindo a renda gerada pelos serviços legalizados de transporte de passageiros.
A grande “invenção” do Uber foi piratear os ganhos dos taxistas legalizados através da vinculação dos passageiros com carros particulares, desrespeitando frontalmente as legislações que monitoram, preservam e protegem socialmente os serviços de táxis e seus passageiros. Que são, sempre, serviços autorizados pelo poder público.
Cada Real pago ao aplicativo Uber é um Real subtraído ao esforço diário dos taxistas legalizados, que serão condenados, se não reagirem e batalharem para proteger seu próprio negócio, a andar batendo lata e depois a encostarem seus veículos.
É da soma desses reais e dólares, nas mais diferentes cidades do planeta, que o Uber enriquece. Subtraindo renda dos trabalhadores taxistas, através da “invenção” da pirataria moderna de serviços.
Trata-se de um predador implacável e arrogante. Que afronta leis, com o poder da grana que acumula subtraindo o sustento de toda uma categoria profissional.
É por isso que o Uber precisa ser combatido em várias frentes. Os taxistas legalizados e suas associações de classe devem dar continuidade ao trabalho já iniciado de sensibilizar o Poder Público de suas cidades, estados e País.
Por isso, na condição de presidente da Abracomtaxi me reuni, recentemente, com o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Aproveitei a estada em Brasília para conversar com vários deputados federais e sensibilizá-los a favor da nossa causa. No mesmo dia, uma imensa delegação da Abracomtaxi acompanhou a votação do projeto de lei do vereador Adilson Amadeu, na Câmara Municipal de São Paulo, que proibiu o Uber, em primeira votação, com o placar de 48 votos a 1.
Porque para enfrentar o Uber (e outros aplicativos-tubarões que já sentiram o cheiro das rendas que o serviço legalizado de táxi pode gerar) é necessário unidade de toda a categoria na ação.

Além da ação política, precisamos ampliar, com urgência, a vinculação dos taxistas com as comunidades e seus representantes; e investir em campanhas que estimulem e resgatem a percepção do público no bom e velho relacionamento personalizado e profissional que os taxistas brasileiros sempre mantiveram com seus passageiros.

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