Reproduzimos, a seguir, texto publicado no site da Revista Veja. Repliquem, por favor, pois são respostas de Edmilson Americano, presidente da Abracomtaxi, às mentiras sistematicamente espalhadas pelo aplicativo Uber, que dá suporte aos serviços clandestinos de táxi, no Brasil.
Presidente
da Associação de Motoristas de Táxi rebate argumentos do Uber
Para Edmilson
Americano, presidente da ABRACOMTAXI, a única inovação do aplicativo é
"desafiar as leis e sonegar impostos"
(Publicado
em 22/06/2015 às 17:45 - Atualizado em 22/06/2015 às 20:14)
Na
última quinta-feira (18), aconteceu em Brasília uma audiência pública
promovida pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara para discutir a
legalidade do aplicativo Uber.
Além
dos deputados, estavam presentes taxistas e representantes da startup americana.
O debate foi acalorado, um taxista precisou ser retirado do evento e outro
declarou ao jornal Folha de S. Paulo que "não há como conter a
categoria" e que "vai ter morte".
O
site de VEJA procurou o taxista Edmilson Americano, presidente da Associação
Brasileira de Motoristas de Táxi (ABRACOMTAXI), para que comentasse os
principais argumentos pró-Uber. O mesmo foi feito com o porta-voz do Uber no
Brasil, Fabio Sabba, para que rebatesse as acusações dos taxistas. Abaixo, as
respostas de Americano.
O argumento do Uber: diz que não faz
transporte público de passageiros, mas que conecta motoristas particulares a
clientes.
A resposta de Edmilson Americano: Isso
não é verdade. Eles podem dar o nome que quiser, mas o Uber leva uma pessoa de
um ponto a outro e cobra por isso, o que é proibido por lei. Não poderia ser
diferente, se não qualquer um poderia sair transportando passageiros. Não é o
Uber que decide quem pode levar quem, mas, sim, o poder público. Aliás, todo
prestador de serviço precisa ter licença, algo que os motoristas do aplicativo
não têm. Eles também não pagam os impostos que as cooperativos de taxi retêm,
nem o INSS.
O argumento do Uber: o app não burla a lei
porque não é aberto ao público. Para usar o aplicativo, o usuário tem de
cadastrar cartão de crédito, que é utilizado para a cobrança.
A resposta de Edmilson Americano: É
claro que é aberto ao público. Basta baixar o aplicativo para ter acesso ao
serviço. A legislação diz claramente: transporte remunerado individual de
passageiros deve ser feito exclusivamente por carros licenciados, ou seja,
taxis. Com esses argumentos, o Uber quer enganar a população e as autoridades.
O argumento do Uber: passageiros usam o app
porque alguns taxistas enganam os clientes fazendo caminhos mais compridos. No
Uber, os passageiros recebem o trajeto depois da corrida pelo app e avaliam o
motorista. Só os bem-avaliados permanecem.
A resposta de Edmilson Americano: Esse
é um jogo sujo e baixo, porque eles estão tentando marginalizar toda uma
categoria de profissionais. Se algum taxista fizer isso, o passageiro pode ir
ao órgão da prefeitura registrar sua reclamação para que o taxista em questão
seja punido. Se o taxi fizer parte de uma cooperativa, é só reclamar na
administração que o caso é resolvido. Além disso, uma hora a empresa se
apresenta como uma companhia de tecnologia, mas com essa declaração, mostra-se
como uma de transporte. Qual dos dois é, afinal? Eu não poderia alugar um
ônibus e sair prestando esse serviço sem licença, nem que oferecesse aos meus clientes
banco de couro e cafezinho.
O argumento do Uber: a polêmica é natural
porque se trata de uma nova tecnologia que ainda não foi regulamentada
justamente por ser nova.
A resposta de Edmilson Americano: Não
há nada de inovador em termos de tecnologia no sistema do Uber. Eles fazem a
mesma coisa que outros aplicativos, já regulados por aqui, como o EasyTaxi e o
99Taxi. A única inovação é desafiar as leis e sonegar impostos. Somos
favoráveis a toda tecnologia que ajude, mas que funcione dentro da lei. Um exemplo:
só os médicos têm licença para fazer receitas de remédios. Algumas vezes vamos
à farmácia e desejamos que o farmacêutico nos faça esse favor, mas não pode. É
claro que isso seria bom para mim, mas é ilegal. O mesmo acontece com o Uber: é
um aplicativo para transporte clandestino. Eles estão zombando da legislação
brasileira e de 400 000 taxistas. Mas vamos lutar pelos nossos direitos, que
são garantidos por lei.
Revista Veja: Depois da audiência, o presidente do Sindicato dos Motoristas e
Trabalhadores nas Empresas de Taxi de SP (Simtetaxis) disse ao jornal Folha de
S. Paulo que "não há como conter a categoria" e que "vai ter
morte". Pode comentar essa afirmação?
A resposta de Edmilson Americano: Essa
é uma fala pesada, mas acredito que ele estava nervoso e foi levado pela
emoção. Nós, como líderes, tentamos controlar esses episódios. Defendemos a
discussão e manifestação pacíficas. Nunca houve protesto violento de táxis. Na
última vez, com 3 000 carros, policiais vieram falar comigo para elogiar o nosso
comportamento.
(Leia
diretamente a reportagem clicando em http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/presidente-da-associacao-de-motoristas-de-taxi-responde)
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