terça-feira, 23 de junho de 2015

Uber planeja eliminar os taxistas regulamentados e, na sequência, até mesmo os motoristas que hoje a financiam e que são seus mercenários

Taxistas legalizados em ação
Está circulando na internet um texto originalmente escrito em inglês (e rapidamente traduzido para o português)  de autoria de Zack Kanter, um empresário norte-americano, com o título: “Como o Carro Autônomo do Uber Vai Destruir 10 Milhões de Empregos e Redefinir a Economia em 2025”.
Daqui a dez anos, segundo as previsões do autor, pelo menos seis milhões de motoristas, incluindo aí todos os motoristas de táxis, terão suas funções eliminadas do mercado das principais capitais do planeta, inclusive São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, onde a Uber opera clandestinamente, hoje.
A Uber substituirá seus motoristas atuais, que são ao mesmo tempo financiadores do sistema e escravos mercenários de seu aplicativo, por carros autônomos, que já começam a circular nos Estados Unidos e com fabricação em massa pela montadora Tesla, da Índia.
 Os carros autônomos (que dispensam motoristas) serão dirigidos por computadores, mais ou menos como já acontece com os trens da Linha 4 Amarela, do Metrô de São Paulo, que operam sem condutores, desempregando centenas de metroviários.
Atualmente, a Uber repassa aos seus motoristas financiadores (já que as pessoas para trabalharem para a Uber têm que comprar um carro novo, de luxo) atraídos por um repasse de 75% da tarifa, que é muito mais cara que a cobrada pelos táxis regulamentados sejam comuns ou de luxo.
Retendo apenas 25% do valor da tarifa (que varia de acordo com o horário, os dias da semana e os engarrafamentos) a Uber atingiu o valor de mercado de 41 bilhões de dólares, que já é maior do que o do serviço de locação de carros Hertz GlobaL, avaliado em US$ 9,5 bilhões, segundo a Consultoria Economática.
O próximo passo da Uber, alerta Zack Kanter, é substituir todos esses motoristas que a financiaram assumindo a compra e o uso dos próprios carros, por carros autônomos, sem motoristas.
A Uber aposta, também, que conseguirá tirar do mercado os taxistas oficiais e as frotas de táxi. E que vai operar incólume, poderosa, circulando por ruas e avenidas cheias de ex-taxistas e motoristas desempregados.
Muitos motoristas, que bestamente financiam a Uber, que trabalham sem direitos de espécie alguma (inclusive trabalhistas) e que garantem à Uber lucros astronômicos (sistematicamente transferidos para a matriz na Califórnia, nos Estados Unidos) serão sumariamente descartados.
Porque a Uber é muito mais que um aplicativo. É um procedimento sistemático de submeter pessoas, induzi-las a financiar seus carros e mantê-las presas a coleiras eletrônicas.
Além disso, usa esse exército de mercenários para subtrair renda e trabalho dos taxistas profissionais, que respeitam a legislação de seus países e cidades, para levá-los à míngua e tirá-los do mercado. E, para completar, age fora das leis dos países e cidades em que opera.
A Uber não respeita sequer a sobrevivência daqueles e daquelas que a financiam, atualmente. E se deixarmos a Uber prosperar, com esse discursinho besta de ser um aplicativo moderninho, em dez anos, ou seja em 2025, estarão desempregados, sem seus carros e sem acesso à sobrevivência, de acordo com as análises de Zack Kanter.

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